Quedas em idosos frequentadores de uma unidade básica de saúde

Camila Fernandes Franco da Rocha, Amanda Sampaio Mangolim, Rosângela Ziggiotti de Oliveira, Jennifer Susan Gabe, Thais Miranda da Nóbrega

Resumo


Introdução: O aumento da proporção de idosos na população traz à tona a discussão sobre eventos incapacitantes nessa faixa etária, como as quedas. Alguns autores referem-se à queda como uma síndrome geriátrica por ser um evento multifatorial e heterogêneo. As quedas em idosos têm como conseqüências, além de possíveis fraturas e risco de morte, o medo, restrição de atividades, declínio na saúde e aumento do risco da institucionalização. Geram prejuízos físicos e psicológicos, além de aumento dos custos com saúde expressos pela utilização de vários serviços especializados, e principalmente pelo aumento das hospitalizações.

Objetivo: Identificar a ocorrência de quedas na população com idade >= 60 anos, freqüentadores de uma unidade básica de saúde (UBS) do município de Maringá-PR.

Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, que tem como população alvo indivíduos com idade >= 60 anos, que freqüentaram a UBS-Mandacaru no período de 08 de novembro a 08 de dezembro de 2010. O instrumento utilizado para estudo foi um questionário aplicado voluntariamente com perguntas que indagavam quedas ocorridas, conseqüências e fatores extrínsecos implicados na última queda. Dois acadêmicos de medicina realizaram a entrevista durante o período do internato em saúde coletiva.

Resultados: Foram entrevistadas 44 pessoas; nove homens (20,5%) e 35 mulheres (79,5%). Queda ao menos uma vez na vida foi relatada por 36 entrevistados (81,8%) e a média da idade dos pacientes na última queda foi de 67,5 anos. As últimas quedas predominaram, respectivamente: domicílio (n=18; 50%), calçadas (n=9; 25%), rua (n=7; 19,5%) e outros locais (n=2; 5,5%). Os calçados utilizados no momento da queda foram respectivamente os chinelos (n=23; 64%), calçados fechados (n=8; 22,2%), sandálias (n=4; 11%) e sem calçados (n=1; 2,8%). Mais da metade dos entrevistados estavam sozinhos no momento da queda (n=23; 64%) e estas ocorreram no período da manhã (n=19; 52,8%), seguidos da tarde (n=13; 36,1%) e noite (n=4; 11,1%). Em relação ao ambiente da queda, 20 entrevistados (55%) afirmaram que o piso tinha aspecto normal, 11 escorregadio (30,5%) e cinco com buracos (14%). Referiram prejuízo na deambulação após a queda sete entrevistados (19,5%).

Conclusão: No presente estudo as quedas foram mais freqüentes nas mulheres que estavam sozinhas no momento, que tinham os chinelos como calçados, encontravam-se no domicílio, ocorridas especialmente pela manhã e em locais com pisos de aspecto normal. Educação, visitas domiciliares, adequação dos domicílios, reforço no auto-cuidado, conscientização dos familiares e cuidadores são essenciais para a prevenção.

Palavras-chave


Idoso; The Elderly; Sáude do Idoso; Health of the Elderly; Quedas Acidentais; Accidental falls

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