Problematização: transformando o ensino da Atenção Primária à Saúde na graduação

Maite Barcelos Morais, Cíntia Gama, Maria Eugenia Pinto, Camila Genz Kistemacher

Resumo


Introdução: A implementação do Sistema Único de Saúde no Brasil provocou modificações dos cursos de graduação em saúde para que possam abranger os princípios básicos da Atenção Primária à Saúde (APS) utilizando diferentes metodologias de ensino. A Metodologia da Problematização é uma proposta de formação crítica e social para futuros profissionais.

Objetivo: Avaliar a percepção dos alunos de cursos de graduação em saúde quanto aà formação profissional com Metodologia da Problematização como embasamento do ensino em APS.

Metodologia: O Seminário Integrador é composto pelas disciplinas curriculares relacionadas à Saúde Coletiva dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição e Psicologia. Sob orientação de tutores, preceptores e monitores do Pet-Saúde, os alunos, além da teorização sobre saúde e comunidade (8 aulas), realizam atividades integradas junto a APS (10 aulas). Aplicou-se a Metodologia da Problematização – através do Método do Arco (observação da realidade, pontos chave, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade) – para a obtenção de um breve diagnóstico comunitário, em que os alunos propuseram e executaram ações para modificar uma situação de risco. Ao final da disciplina (2010/1), os alunos preencheram um questionário de avaliação com questões objetivas referentes à construção de conhecimento, habilidades e atitudes. As alternativas de respostas foram categorizadas: certamente sim e sim (analisadas como sim), mais ou menos, e não e certamente não (analisados como não).

Resultados: A disciplina foi avaliada por 151 alunos (96,8% do total). Destes, mais da metade respondeu positivamente (sim) sobre a importância do conteúdo oferecido em termos de conhecimento (63,6%/n=96), de habilidades (62,3%/n=94) e de atitudes (78,8%/n=119) para sua formação. A resposta mais ou menos foi encontrada em 27,8%/n=42; 31,1%/n=47 e 17,9%/n=27, respectivamente, para os mesmos conceitos avaliados. O restante foi de respostas não. A percepção de estar mais apto a identificar uma situação problema e pensar em elaborar um plano de ação foi positiva para 82%/n=124 alunos (mais ou menos em 15,2%/n=23 e não em 2,6%/n=4)
Conclusão: A aplicação da Metodologia da Problematização baseada no Método do Arco foi positiva na construção de conhecimento, habilidades e atitudes. Ressaltando que foi possível promover aos alunos a capacidade de identificar uma situação-problema e de elaborar um plano de ação quanto ao processo saúde e doença de uma comunidade, esta metodologia mostrou-se efetiva para a formação de profissionais de acordo com as propostas da APS.

Palavras-chave


Método do Arco; Problematização; Metodologia de Ensino

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