“Programa de volta para a casa”: um relato de experiência

Pâmela Leites de Souza, Ane Gabriele Poli, Shana Vieira Telo, Andressa Vaz Brito, Daniela Celiva Pedrotti Ribas

Resumo


Introdução: O “Programa de Volta para a Casa” é desenvolvido nas unidades de saúde do Serviço de Saúde Comunitária (SSC) do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), com o intuito de facilitar o acesso, acompanhar famílias e avaliar internações e re-internações de menores de 19 anos. Sabe-se que uma hospitalização impacta negativamente nas condições de saúde e funcionamento de uma família, além de estar diretamente relacionada aos princípios da Atenção Primária à Saúde (APS) como universalidade e integralidade da atenção. Neste sentido, a principal estratégia deste programa é estreitar o vínculo entre as equipes de saúde e os usuários, através do contato precoce da equipe de saúde durante e após a internação, visando a diminuir o número de hospitalizações e óbitos em crianças e adolescentes com internação recente.

Objetivo: Socializar a experiência do “Programa de volta para casa” em uma das Unidades do GHC. Metodologia: Este trabalho é um relato de experiência acerca da vigilância das internações por Condições sensíveis à APS (CSAPS) em uma das doze unidades do SSC. Resultados: Inúmeros estudos demonstram que altas taxas de internações por CSAPS estão associadas a deficiências na cobertura dos serviços e/ou à baixa resolutividade da APS para determinados problemas de saúde. No SSC e na unidade em questão, entre 2002 e 2007, os principais motivos de internação – asma, infecções de ouvido/nariz/garganta, gastroenterites agudas, epilepsia e infecções de pele – também poderiam ser evitados por ações de prevenção e promoção, bem como resolvidas nas próprias unidades de saúde. Na busca de melhorar estes indicadores, vem se traçando estratégias como o contato precoce com as famílias após a internação, discussões de casos e a elaboração de um plano de cuidados interdisciplinar para evitar novas hospitalizações e priorizar o atendimento. O contato inicial é realizado pelas agentes comunitárias de saúde, através de visitas, muitas vezes ainda no ambiente hospitalar, estimulando o reinício do acompanhamento a esta população.

Conclusões: Visto que, as altas taxas de internações por condições sensíveis à APS em uma população, em especial no caso de crianças e adolescentes, podem indicar graves problemas de acesso ao sistema de saúde ou de seu desempenho, justifica-se a implementação deste programa e sua relevância. Acredita-se que estratégias de intervenção como a educação permanente, atividades e grupos educativos, atendimentos coletivos e individuais pelos diferentes profissionais das equipes de saúde, podem impactar positivamente nos indicadores de saúde da população, bem como qualificar a atenção e nossa prática.


Palavras-chave


Prevenção; Hospitalização; Cuidado

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