Agentes comunitários em ação: o processo de urbanização de uma comunidade

Jovita Carolina Plaza Sousa, Francielly Caroline Silva, Maria Francisca da Cruz da Conceição, Alexsander Oliveira Sousa, Karina Bueno de Godoy

Resumo


Introdução: O serviço de saúde na Atenção Básica compreende o processo saúde-doença além das práticas curativas. A atenção é centrada na família, entendida e percebida a partir do ambiente físico e social. Sob essa perspectiva, a experiência descrita apresenta a parceria entre agentes comunitários e população para estabelecer na comunidade serviços públicos essenciais à dignidade humana.

Objetivos: Descrever a experiência dos agentes comunitários para promoção de saúde através de melhorias nas condições de vida da população. Para isso, as mudanças na comunidade incluíram tratamento de esgoto, luz elétrica, coleta de lixo e água potável, garantindo o processo de urbanização no bairro.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Uma ESF de Ribeirão Preto-SP criou o “Grupo de Quarteirão”, que visava, inicialmente, informar e orientar os usuários do serviço sobre os resultados dos exames de citologia. No entanto, a população trouxe outras demandas, tal como o preconceito por serem moradores da favela; desemprego e escola. A comunidade estabeleceu como prioridade a urbanização do local, envolvendo tratamento de esgoto, rede de água, coleta de lixo e luz elétrica. As ações realizadas para suprir a demanda envolveram articulação com o Ministério Público, Cohab, dentre outros. Houve mobilização da população através de comissões lideradas pelos moradores e ações efetivas dos agentes comunitários.

Resultados: A população obteve melhores condições de vida, visto que foi estabelecido o processo de urbanização da favela, que passou a ter rede de água e esgoto, coleta de lixo, iluminação pública, telefonia, transporte e pavimentação. Essas mudanças favoreceram novas parcerias e a presença de ONG’s que desenvolvem ações educativas e sociais até os dias atuais. As famílias foram remanejadas, de modo que algumas foram para a Cohab e outras permaneceram na comunidade, porém com moradias em melhores condições. A satisfação dos usuários do serviço foi evidente em vista dos resultados obtidos e as ações realizadas promoveram maior aproximação da população com os profissionais de saúde.

Conclusão ou Hipóteses: O processo saúde-doença ao ser compreendido além das práticas curativas permite que haja uma relação permanente entre profissionais de saúde e população. A experiência descrita mostra que é possível garantir assistência integral, contínua e de qualidade. O relato concretiza os princípios do SUS - equidade, integralidade e universalidade – garantindo a saúde como um direito de todos.


Palavras-chave


Urbanização; Comunidade; Agente Comunitário de Saúde

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