Benzodiazepínicos: causas para o uso e consequências na vida da população

Maíra Basquerote, Gabriela Marcellino de Melo Lanzoni, Caroline Cechinel, Amanda Priscila de Souza Pereira

Resumo


Introdução: A prática de diagnosticar e tratar síndromes psiquiátricas é frequente no cotidiano de médicos inseridos na Atenção Primária em Saúde (APS). Embora os benzodiazepínicos sejam legalmente controlados, o despreparo dos profissionais em indicar indiscriminadamente esta classe de medicamentos e o vínculo falho formado com o paciente leva à manutenção crônica da terapêutica.

Metodologia: Foi realizada uma Revisão Integrativa a partir das bases de dados LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, e SciELO. Para critério de inclusão, foram utilizados os descritores Mental Health AND Primary Health Care , nos anos de 2004 a 2010, nos idiomas português e espanhol, sendo selecionados estudos completos e gratuitos. Considerando o critério de pertinência e consistência do conteúdo, foram selecionados treze estudos completos para análise mais aprofundada.

Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar na literatura científica as causas do uso indiscriminado de benzodiazepínicos na APS e verificar como esta prática interfere na vida da população.

Resultados: A análise dos estudos resultou na formação de três categorias: “Causas para o uso indiscriminado de psicotrópicos”, “Conseqüências do uso contínuo e abusivo de psicotrópicos” e “Etapas de diagnóstico, prescrição, dispensação e consumo”. Os estudos selecionados para análise apontam que os benzodiazepínicos são frequentemente utilizados sem que o paciente tenha necessariamente um diagnóstico de transtorno mental. Dentre as preocupações relacionadas ao uso de benzodiazepínicos, está a perda de controle sobre seu uso, e dependência da droga. Nestes casos, a interrupção do uso pode levar a crises de abstinência, retomando os sintomas iniciais como insônia e irritabilidade. Evidenciou-se a forte influência do modelo de atenção biomédico na APS, através da priorização da assistência especializada aliada à terapêutica medicamentosa nos tratamentos em saúde mental, visando exclusivamente à cura.

Conclusões: Diante do objetivo de identificar as causas e consequências do uso indiscriminado dos benzodiazepínicos, observou-se que o modelo biomédico está ainda presente na percepção dos usuários e profissionais da APS. Percebe-se que a qualificação dos profissionais da ESF relacionada aos transtornos mentais comuns para exploração de ferramentas de tratamento além da terapia medicamentosa uma importante estratégia para os profissionais atuantes. O vínculo formado pela equipe de saúde e a comunidade é identificado como um elemento essencial para estabelecimento da confiança do usuário no profissional, o que facilita a adesão ao tratamento proposto.


Palavras-chave


Atenção Primária à Saúde; Saúde Mental; Psicotrópicos

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