Avaliação multidimensional de idosos em uma equipe de unidade de saúde da família de Porto Alegre

Sheila F. Fernandes, Priscila Guntzel, Silvia Gelpi mattos, Guilherme Coelho Dantas, Thomas Paiva Lima

Resumo


Introdução: Com o aumento da expectativa de vida brasileira, políticas de saúde do idoso têm sido enfatizadas, principalmente, na estratégia de saúde da família. Assim, ações de avaliação da saúde dos idosos podem prevenir e detectar precocemente situações de risco, além de determinar ações que garantam maior autonomia e qualidade de vida.

Metodologia: Estudo transversal com a aplicação do instrumento de avaliação multidimensional do idoso (AMI) complementando a consultas de rotina em 46 usuários, dos 157 totais, da comunidade adscrita, com idade superior a 60 anos, no período de agosto de 2010 a fevereiro de 2011. Foram avaliadas questões de influência na qualidade de vida de acordo com o instrumento utilizado: visão, audição, mobilidade, memória, humor, incontinência urinária, risco de quedas, perda de peso, comprometimento das atividades diárias e suporte social.

Objetivo: Complementar a avaliação clínica de usuários maiores de 60 anos que consultam nessa unidade de saúde da família, estabelecendo a prevalência de comorbidades funcionais que influenciam na qualidade de vida dessa população.

Resultados: Problemas de visão foram detectados em 76% dos avaliados, e dificuldades auditivas em 80%. Entre 2% e 9% demonstraram alguma forma de dificuldade na mobilidade e 33% referiram quedas no último ano, destacando-se que 46% relataram presença de escadas no domicílio e 39% de tapetes. Os idosos referiram limitações nas atividades diárias sendo 2% para sair da cama, 4%para vestir-se e preparar refeições e 20% para fazer compras sozinho. Incontinência urinária foi relatada por 52%, sendo que 30% afirmaram embaraçar-se com isso. Perda de peso foi referida por 30% e apenas 9% afirmaram não contar com suporte social. Também 17(37%) relataram humor deprimido. Destes, 56%(9) tiveram provável quadro de depressão indicado pela avaliação para depressão (GDS-15). Também, 18(39%) demonstraram algum grau de perda de memória, complementada a aplicação do teste mental para demência que foi positivo para 57%(15) dos destes.

Conclusão: A utilização da AMI como rotina complementar de consultas em pacientes idosos na ESF facilita a detecção precoce de situações de risco, algumas vezes, de difícil avaliação direta em consultas de demanda. Isso devido, provavelmente, à presença de comorbidades de alta relevância, da adaptação e da conformidade com que essa população, muitas vezes, lida com tais situações. Assim, a ESF dispõe de resultados para elaboração de ações diretas para melhorar a qualidade de vida do idoso em sua comunidade.


Palavras-chave


Saúde do Idoso; Avaliação Multidimensional; Qualidade da Atenção

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