Papel da intervisão na extensão em Medicina de família

Bruna Bismarques Silva, Sandra de Azevedo Pinheiro, Hellen Moreira de Lima, Larissa Cerqueira Pereira, Maria Luísa Pereira Gomes

Resumo


Introdução: Implementada na extensão “Práticas de Medicina de Família e Comunidade em parceria com o Lar da Caridade” feito pela Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade de Uberaba (LAMFC), intervisões são reuniões tutoradas de caráter horizontal que visam ressignificar aspectos cognitivos do saber médico, vínculo professor-aluno e nuances afetivo-valorativas vivenciadas nas atividades acadêmicas.

Objetivos: Relatar e refletir sobre a experiência dos acadêmicos de medicina da LAMFC da Universidade Federal do triângulo Mineiro (UFTM) e da Universidade de Uberaba (UNIUBE) durante a vivência em reuniões de intervisão no período de setembro a dezembro de 2012.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Divididos em 3 grupos mistos de ambas instituições, os alunos realizaram intervisão a cada 21 dias, durante 2 horas, trocando experiências das visitas domiciliares. A problematização decorrente da prática gerou estudos sobre noções de terapia familiar, teoria da comunicação, clínica médica, ética, educação popular em saúde, metodologia de investigação e valores humanos. Abriu-se diálogo sobre os processos desencadeadores de vulnerabilidade baseado na contextualização do grupo familiar. Buscou-se reflexão de aspectos psicológicos na interação acadêmicos-famílias-comunidade, com verbalização de sentimentos, crenças e expectativas de todos os participantes e o planejamento das próximas ações.

Resultados: A intervisão relata experiências de visitas domiciliares. Integra ações de ensino-extensão em saúde da família. Viabiliza trabalho em equipe na Saúde. Funciona como proteção ao acadêmico rediscutindo o viés clínico-assistencial e a condição subjetiva psicoemocional dos acadêmicos e professores influenciando na relação com pacientes e suas famílias. Efetiva a postura dupla-face do aluno, que é alvo e agente de construção/transformação da concepção de saúde no modelo biopsicossocial. Fortalece a percepção de que a ação do profissional de saúde na comunidade exige estabelecimento de vínculos que favorecem a construção do espaço inter-relacional inerente às atividades de extensão.

Conclusão ou Hipóteses: Diferindo da nuance unidirecional de supervisão, intervisão articula saber acadêmico com confronto de questões inerentes à subjetividade dos envolvidos, como os universitários. Desencadeia reflexões de lógicas/diretrizes clínicas na ótica cultural e nas noções de saúde da população. Afirma reorientação da relação acadêmico-tutor-comunidade corroborando à equipe de trabalho e à assistência à saúde.


Palavras-chave


Intervisão; Extensão; Formação

Texto completo:

PDF/A

Apontamentos

  • Não há apontamentos.