Correlação IMC – intercorrências gestacionais numa unidade de saúde no interior da Amazônia

Tamara da Silva Araujo, Silvio Cesar Alves da Silva Filho, Thiago Bezerra Lopes, Zilma Nazaré de Souza Pimentel

Resumo


Introdução: Mais de 500 mil mulheres por ano morrem no mundo devido às intercorrências gestacionais. Para evitar isto, o Ministério da Saúde orienta ações a serem repassadas pelos profissionais da saúde às gestantes. Assim, o pré-natal é um programa eficaz, desde que haja adesão às ações preconizadas, sendo responsabilidade dos profissionais repassar tais recomendações e incentivar as grávidas a segui-las.

Objetivos: Objetiva-se descrever as principais intercorrências gestacionais relacionadas ao índice de massa corporal em grávidas atendidas em uma unidade de saúde no interior da Amazônia.

Metodologia ou Descrição da Experiência: O estudo realizou-se na UBS Uruará/Área Verde, Santarém-PA, que atende dois bairros ribeirinhos carentes de infraestrutura. A população alvo foram grávidas do programa de pré-natal da UBS que aceitaram participar da pesquisa mediante assinatura de TCLE, totalizando 56 pessoas. Aplicou-se questionários inquirindo dados baseados no Manual Técnico do Pré-natal e Puerpério do Ministério da Saúde (2006), como altura, peso e presença de 23 intercorrências gestacionais. Distribuiu-se o total de gestantes em quatro grupos de acordo com o IMC ajustado à idade gestacional. Esperava-se detectar grande número de gestantes com baixo peso e, assim, numerosos casos de intercorrências.

Resultados: Do total, 36% estavam com baixo peso; 43% com IMC adequado, 21% com sobrepeso e nenhuma obesa. Dentre as que apresentaram baixo peso, a principal intercorrência apresentada foi anemia (70%), seguido de náuseas (60%) e edema (50%), além de dispneia (40%), infecção do trato urinário - ITU (20%), gestação prolongada e sangramento vaginal (10% cada). Das com peso adequado, 83% tiveram anemia, seguido de náuseas (75%), hiperêmese e edema (33% cada), dispneia e ITU (25% cada), verminoses intestinais (17%) e parto prematuro (8%). Por fim, dentre as com sobrepeso, 83% apresentaram anemia, dispneia e verminoses (67% cada), náuseas (50%), edema (33%) e ITU, sangramentos e hiperêmese (17% cada).

Conclusão ou Hipóteses: Observou-se que anemia foi a principal intercorrência, independentemente do IMC. Apesar de contraditório, as gestantes com IMC adequado apresentaram número de intercorrências semelhante aos demais grupos, mas com padrão diferente de distribuição, podendo ser reflexo da mesma vulnerabilidade social a que os três grupos estão expostos.


Palavras-chave


Nutrição; Pré-natal; Intercorrências Gestacionais.

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