Condição nutricional de escolares em uma instituição de ensino de Belém, PA

Soany de Jesus Valente Cruz, Paula Miranda Ribeiro Carneiro, Lucélia do Socorro Chaves Barbosa, Marcieni Ataíde de Andrade, Sérgio Alexandre Oliveira Malcher

Resumo


Introdução: Embora o Brasil esteja em transição epidemiológica e nutricional com significativo aumento da obesidade, a desnutrição infantil ainda constitui um sério problema de saúde pública com reflexos no desempenho escolar. A prevalência de obesidade e/ou desnutrição em crianças e adolescentes faz com que o ambiente escolar seja o melhor espaço para a realização de estudos nutricionais.

Objetivos: Determinar a condição nutricional com enfoque na presença de desnutrição, por meio de métodos antropométricos entre alunos regulamente matriculados em uma instituição pública de ensino.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Avaliou-se a partir da medida da estatura e peso 117 alunos. A pesquisa foi realizada em uma população matriculada no 1° ao 4° ano do ensino fundamental, com idades entre 7 a 12 anos dispostos a participar, com autorização prévia dos responsáveis. Adotaram-se os pontos de corte para Índice de Massa Corporal relacionado à idade (IMC/I) e estatura para idade (E/I), propostos pela Organização Mundial de Saúde (2007) para determinar o estado nutricional atual e desnutrição pregressa. O tratamento estatístico foi realizado com auxilio do programa BioEstat 5.0.

Resultados: A média de idade foi de 8,8 (±1,29) anos, com 54,2% do sexo feminino e 45,8% masculino. O diagnóstico nutricional mais prevalente foi eutrofia (63,2%) conforme IMC, e 79,0% em adequação de acordo com E/I. Por meio da E/I 21,0% foram classificados com déficit nutricional. Em 12,0% dos alunos observou-se baixo peso (IMC) e apenas 4,3% estavam desnutridos por ambos os parâmetros avaliados, sugerindo condição de desnutrição crônica entre esses escolares. Contudo, 20,5% dos estudantes representam o sobrepeso e/ou obesidade, e destes apenas 2,6% tinham déficit de estatura. O estado nutricional não foi estatisticamente significativo entre os sexos (p> 0,05).

Conclusão ou Hipóteses: Embora a eutrofia tenha sido mais prevalente, a desnutrição também foi marcante, condição esta que pode contribuir de forma impactante no rendimento escolar, uma vez que as manifestações clínicas da desnutrição refletem em fadiga, sonolência, indisposição e déficit de atenção, comportamentos que comprometendo o desempenho nas atividades propostas no âmbito escolar e social.


Palavras-chave


Desnutrição Infantil; Epidemiologia; Saúde Coletiva

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