Perfil sociossanitário de crianças indígenas Baniwa do Noroeste Amazônico

Hernane Guimarães Santos Junior, Luiza Garnelo

Resumo


Introdução: A avaliação das condições sociossanitárias e do estado nutricional em crianças possibilita a produção de indicadores de qualidade de vida da população. A avaliação antropométrica e a dosagem de hemoglobina representam boas alternativas para obter os dados, pela simplicidade de execução, capacidade de identificar os riscos nutricionais e permitir o monitoramento do estado nutricional.

Objetivos: O estudo buscou avaliar as condições sociossanitárias e o estado nutricional das crianças Baniwa menores de 60 meses residentes em aldeias das terras indígenas no médio rio Içana afluente do Rio Negro no município de São Gabriel da Cachoeira, noroeste amazônico.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A metodologia baseou-se no I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição Indígena/ABRASCO. Estudo descritivo e transversal, utilizou dados sociossanitários obtidos através de entrevistas e consulta a cadernetas de vacinação e prontuários. A antropometria seguiu as recomendações da OMS (2006). A hemoglobina capilar foi dosada mediante uso de β-hemoglobinômetro portátil (Hemocue). Os dados aqui apresentados referem-se ao perfil nutricional do grupo de crianças menores de 60 meses da região do médio rio Içana. O cadastro para seleção das aldeias foi obtido no Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi/DSEI ARN).

Resultados: No que se refere às condições de saneamento, 100% dos entrevistados informam defecar no mato, e enterrar ou queimar o lixo doméstico. A água para consumo doméstico é coletada em rio ou igarapé em 65% dos domicílios e não recebe tratamento em nenhuma das localidades. As crianças apresentaram 33% de infecções das vias aéreas superiores e doenças diarreicas 27%. A prevalência de baixo peso-para-idade (P/I) foi de 9,4%, e a de baixa estatura-para-idade (E/I) de 52,2%. A baixa estatura em crianças Baniwa é cerca de sete vezes maior que a prevalência encontrada nacionalmente entre crianças não indígenas. A prevalência de anemia nas crianças entre 6 e 59 meses foi de 64,5%.`

Conclusão ou Hipóteses: Este panorama de grande desigualdade e alta vulnerabilidade indica a necessidade de melhoria na atuação de programas de vigilância alimentar e nutricional e ampliação da cobertura do subsistema de saúde indígena.


Palavras-chave


Conclusão ou Hipóteses: Este panorama de grande desigualdade e alta vulnerabilidade indica a necessidade de melhoria na atuação de programas de vigilância alimentar e nutricional e ampliação da cobertura do subsistema de saúde indígena.

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