A importância da educação permanente na Estratégia Saúde da Família especial

Rhavana Pilz Canonico, Marta Regina Marques Lodi, Artur Castilhano Neto

Resumo


Introdução: A EPS propõe a transformação das práticas profissionais por meio de teoria, reflexões e críticas dos trabalhadores da saúde que vivenciam experiências e problemas biopsicossociais da comunidade. As equipes de ESF especial para população em situação de rua carecem de EPS devido a poucos estudos sobre essa população e intensas reflexões e contradições que surgem do contexto de viver na rua.

Objetivos: A proposta de uma Instituição parceira dessas equipes foi de avaliar a importância desses encontros para a prática profissional após prover espaços de ensino, troca de experiências e reflexões a partir de conteúdos peculiares a essa população como dependência química, transtornos mentais, DST e etc.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Em 2012 foram realizadas 8 capacitações para profissionais de nível superior, incluindo assistentes sociais e psicólogos que também atuam nas equipes de ESF Especial, 5 capacitações para auxiliares de enfermagem, 2 para ACS de rua e 1 para atas. Houve 2 momentos para cuidar do cuidador para todos os membros das equipes. Foram abordados conteúdos como tuberculose, dependência química na gestação, esquizofrenia, sífilis congênita etc. Ao final de cada capacitação foi entregue um instrumento criado pela Instituição para avaliar o encontro com 3 opções de satisfação: muito satisfeito, satisfeito ou pouco satisfeito e, um instrumento para descrever o que aprendeu e o que irá aplicar no cotidiano.

Resultados: Todos os profissionais das equipes ESF Especial dessa Instituição participaram pelo menos 1 vez de cada capacitação. Aproximadamente 90 % dos profissionais ficou muito satisfeito com a relevância dos assuntos abordados para a prática profissional e com a oportunidade para troca de experiências com outros profissionais. Nos momentos realizados para cuidar do cuidador, os profissionais puderam expressar suas angústias em relação ao cotidiano no trabalho, o que gerou reflexões que os auxiliaram a minimizar sentimentos de impotência em relação a sua atuação.

Conclusão ou Hipóteses: Em síntese, notou-se a necessidade de encontros periódicos não apenas para gerar conhecimento àqueles que atuam na saúde da população em situação de rua mas para proporcionar trocas de experiências e por meio delas fomentar discussões e talvez até diretrizes para um trabalho com uma população que vem crescendo nos grandes centros urbanos e, como o SUS determina, tem direito ao acesso à saúde.


Palavras-chave


Educação permanente. Saúde da Família. População de rua.

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