APS e mobilidade populacional interna na favela da Rocinha, Rio de Janeiro

Mariana Brandão Streit, Valeria Romano Ferreira, Willer Marcondes Baumgarten

Resumo


Introdução: A ESF é pautada na adscrição territorial, sendo uma equipe co-responsável pelo cuidado da população de uma “área”. A Rocinha caracteriza-se por intensa mobilidade populacional interna. Este trabalho constitui-se no projeto do Mestrado Profissional em APS, e busca desvelar como se organiza a APS na Rocinha face a mobilidade interna, entendendo que a adscrição pode funcionar como barreira.

Objetivos: O objetivo geral é analisar como as equipes de Saúde da Família organizam o cuidado em APS face a mobilidade populacional interna na Rocinha; os específicos são descrever a dinâmica de mobilidade desta população, identificar estratégias de gestão do cuidado usadas pelos ACS, Médicos e Enfermeiros.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Este estudo, de natureza qualitativa do tipo exploratório, constitui o projeto do Mestrado Profissional em APS da ENSP. A questão do estudo surgiu enquanto a pesquisadora trabalhava como médica da ESF na Rocinha, onde a população, em maioria migrante nordestina, seguia seu percurso de mobilidade dentro da Favela, e a adscrição territorial da população funcionava como barreira para realização dos atributos da APS. As técnicas utilizadas serão os grupos focais com Agentes Comunitários de Saúde e com Médicos e Enfermeiros da ESF, e entrevistas semi-estruturadas com pessoas que caracterizem bem a população de estudo (mobilidade interna). O plano de análise é a Análise de Conteúdo de Bardin.

Resultados: A realização dos grupos focais e das entrevistas semi-estruturadas será realizada quando o projeto for aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP. Espera-se poder, a partir do estudo, discutir a necessidade de flexibilização da adscrição, afinal, a APS deve ser orientada comunidade, e não estamos atentando para como as pessoas vivem e se deslocam.

Conclusão ou Hipóteses: A adscrição territorial da clientela da ESF propicia que as equipes conheçam em profundidade a área onde atuam. Entretanto, impede a continuidade do cuidado no momento que o morador cruzou a fronteira da área adscrita. Nossa hipótese é que a adscrição, tal como está, funciona como barreira ao acesso, para a continuidade do cuidado, e ignora a dinâmica das comunidades.


Palavras-chave


Mobilidade Populacional; Adscrição Territorial; ESF

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