Depressão: ampliando as possibilidades diagnósticas na unidade básica de saúde

Jennifer Susan Gabe, Fernando Ben-Hur de Melo, Camila Hiabri Kawazoe, Caroline Nunes Sampaio, Juliano Kazuo Yoshizawa

Resumo


Introdução: Apesar de ser uma condição comum, a depressão segue sendo sub-diagnosticada e sub-tratada.Para alguns autores 30 a 50% dos casos da doença não são detectados pelos profissionais dos cuidados primários.Um teste bem estudado na Atenção Primária para esse fim é o das duas perguntas que apresenta alta sensibilidade (97%) para rastrear a doença.

Objetivos: Rastrear a depressão nos usuários de uma unidade básica de saúde (UBS) do município de Maringá utilizando o teste das duas perguntas.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Foram entrevistados pacientes com idade ≥ 18 anos atendidos no ambulatório da UBS de outubro de 2012 a 15 de janeiro de 2013. Como critério de exclusão indivíduos que faziam uso de substâncias psicoativas, em tratamento atual ou passado para depressão, em tratamento psicoterápico atual e aqueles com déficit cognitivo. As duas perguntas do teste foram se no último mês o paciente apresentou sentimentos de tristeza e a outra se durante o último mês percebeu que perdeu o interesse/prazer em realizar as suas atividades diárias. O teste foi considerado positivo com duas respostas afirmativas. Os entrevistados com as respostas afirmativas eram agendados para consulta médica.

Resultados: Dos 52 pacientes entrevistados, 16 (30,8%) pacientes responderam às duas perguntas de forma afirmativa e em oito destes (50%) foi confirmado o diagnóstico após entrevista clínica. Quanto ao sexo 36 (69,2%) dos entrevistados são mulheres e 16 (30,8%) homens. Quanto à faixa etária, 24 pessoas (46,1%) tinham de 50 a 60 anos e 37 (71,1) eram casados. Predominaram na amostra não tabagistas (n=42; 80,7%), negavam história familiar de depressão 34 (65,4%) e declararam-se não sedentários 33 (63,4%). As co-mormidades mais citadas foram hipertensão arterial (n=35; 51,4%) e diabetes mellitus 14 ( 20,5%).

Conclusão ou Hipóteses: Embora não substitua uma consulta, dado a prevalência da doença na população, instrumentalizar os profissionais da atenção primária para rastrear este agravo pode melhorar a sua detecção e oportunidade de oferecer tratamento precoce ao usuário.





Palavras-chave


Depressão; Rastreamento; Atenção Primária

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