Dez anos de promoção da saúde nas comunidades ribeirinhas da Amazônia

Marly de Fátima Carvalho de Melo, Liliane Nascimento, Yuji Ikuta, Acyr Genone Junior, Maisa Silva de Sousa

Resumo


Introdução: Quando tratamos de acesso ou acessibilidade e saúde, temos um cenário pitoresco na Amazônia, constituída de ilhas e furos que dificultam o acesso ao sistema oficial de saúde. O Programa de extensão “Luz na Amazônia” da Universidade Federal do Pará com a Sociedade Bíblica do Brasil, faz a promoção da saúde aos ribeirinhos, das ilhas do entorno de Belém (Pará) através de um navio hospital.

Objetivos: Promoção da melhoria da qualidade de vida do ribeirinho amazônico, por meio do desenvolvimento de ações preventivas na área de saúde e da prestação de atendimento médico, odontológico, nutricional e laboratorial.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A cada mês são atendidas 15 famílias em duas viagens quinzenais, sendo a primeira de “Diagnóstico e Prevenção” onde são coletados materiais para os exames laboratoriais (fezes, hemograma, preventivo do câncer uterino e de pulmão) e palestras educativas em saúde. Na segunda quinzena do mês é realizada a segunda viagem que é de “Intervenção”. Os resultados dos exames são entregues as famílias onde todos passam por consultas com os alunos do internato de Medicina de Família e comunidade do curso de medicina e encaminhados aos alunos de Farmácia para a dispensação e assistência farmacêutica, sob a orientação e supervisão dos professores dos respectivos cursos.

Resultados: O número total de comunidades atendidas durante os 10 anos do Programa foram 10 sendo 765 famílias perfazendo um total de 3.825 pessoas. O perfil nutricional das diversas comunidades foi de 40% de pessoas com sobrepeso e de 20% com obesidade. Quanto ao resultado parasitológico encontramos comunidades com até 90% de pessoas parasitadas por helmintos e protozoários. A prevenção do câncer de colo do útero (CCU) também é trabalhada junto às mulheres das comunidades. Verificou-se também a relação entre hábitos alimentares/higiene bucal e cárie dentária em crianças entre 6 a 60 meses, havendo uma forte relação entre a cárie dentária e o alto consumo de alimentos retentivos com sacarose.

Conclusão ou Hipóteses: O perfil nutricional é semelhante ao da população urbana, onde o sobrepeso e a obesidade são preocupantes. O alto índice de parasitismo tem na falta de água potável a sua principal causa. A prevenção do CCU atinge mulheres que nunca realizaram o exame. A alimentação influenciada por hábitos urbanos e a falta do hábito precoce de higienização bucal levam ao aumento de crianças com cárie dentária.


Palavras-chave


Promoção da Saúde; Comunidades Ribeirinhas; Extensão Universitária

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