Grupos balint: nuances da relação médico-paciente vivenciadas por acadêmicos de Medicina

Luiz Alberto Rosa Barbalho, Diego Mendes, Débora Freire

Resumo


Introdução: O grupo Balint surgiu em Londres no início dos anos 1950. Seu fundador Michael Balint criou uma modalidade grupal composta por médicos clínicos e psiquiatras, na qual os profissionais discutiam sobre as dificuldades e emoções vivenciadas na relação médico-paciente, visando rever as formas de relacionar-se com os pacientes e identificar os erros cometidos durante esta relação terapêutica.

Objetivos: Avaliar a importância dos grupos Balint na formação médica enquanto instrumento de aperfeiçoamento da relação terapêutica médico-paciente; Identificar o papel facilitador dos grupos Balint no desenvolvimento das relações interpessoais e da habilidade de comunicação.

Metodologia ou Descrição da Experiência: No terceiro período de medicina da PUC-GO os grupos Balint são realizados quinzenalmente, sendo intercalados por preleções da teoria balintiana. Um integrante do grupo de verbalização traz um caso que lhe causou angústia em sua rotina para discussão, que deve ser relatado sem qualquer anotação, de modo a parecer o mais real possível. O restante do grupo discute, sem intervenção do autor, se suas condutas foram boas ou se poderiam ser melhoradas e, logo após, o autor reflete os benefícios que o grupo lhe apresentou. Outro grupo, de observação, apresenta suas reflexões e ao final o preceptor indica uma conclusão. A discussão é sempre direcionada para aprofundamento da relação médico-paciente.

Resultados: A troca e discussão de experiências, detalhando os anseios, as angústias, as dificuldades de um médico ou estudante de medicina permite a reprodução do cenário de encontro médico-paciente. A submissão à análise, a discussão e a apresentação de diferentes pontos de vista possibilita a concretização de um aprendizado, o que leva também a um melhor enfrentamento diante de situações conflitantes vivenciadas na prática. O médico que verbalizou e os outros que compartilharam da vivência do colega passam a ser ‘sensibilizados’ e adotam condutas cada vez mais aprofundadas e holísticas em relação a seus pacientes. O médico passa a ter maior noção de sua ‘dosagem’ na referida relação médico-paciente.

Conclusão ou Hipóteses: Portanto, os grupos balintianos são implementados com o objetivo de o médico, através destas experiências compartilhadas entre si, obter real noção de sua ‘posologia’ tendo, assim, o médico papel de ‘droga’ na relação médico-paciente. O seu caráter maléfico, benéfico e os possíveis efeitos colaterais desta droga, ainda não tão bem estudada, é que é o maior objeto de ensejo desta metodologia.





Palavras-chave


Relação Médico-paciente; Grupos Balint; Acadêmico de Medicina e Grupos Balintianos

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