Exposição dialógica na desconstrução da doença como metáfora e o empoderamento social

Daniely Souza Silva, Igor Dórea Bandeira, André Teixeira Jacobina, Ronaldo Ribeiro Jacobina

Resumo


Introdução: A fisiopatologia de algumas doenças, seus sinais e sintomas, manifestam muitas vezes reações preconceituosas da comunidade. Estas associações influenciam diretamente em como o indivíduo se porta em relação a si e o seu enquadramento social. Atividades que visem a divulgação do saber científico na saúde e a autonomia são fundamentais para o equilíbrio dessas relações.

Objetivos: Evidenciar como prática de educação dialógica feita por estudantes de medicina da Universidade Federal da Bahia em colégio estadual de Salvador-BA pode interferir na desmistificação de doenças, reduzindo ações negativas que atinjam enfermos, e gerar autonomia do saber em saúde nessa comunidade.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Práticas de educação em saúde fazem parte do eixo de extensão do Departamento de Medicina Preventiva e Social da FMB-UFBA, onde graduandos do terceiro período aferiram, em eleições diretas, o que o corpo estudantil do ensino médio do Colégio Estadual Odorico Tavares mais gostaria de se informar. Alguns dos temas mais votados, doenças infecciosas e cânceres, se tornaram oficinas de educação em saúde produzidas segundo modelo dialógico, visando a horizontalização do saber. Neste espaço houve tentativa de entendimento, diferenciação e construção do saber em saúde, em oposição a crenças e preconceitos, fortalecendo o papel destes indivíduos como agentes sociais detentores do saber.

Resultados: Este tipo de prática estimula ações que estabelecem uma visão ampla a respeito da atenção em saúde e processo saúde-doença, cercando variáveis anatomopatológicas, sociais, econômicas, culturais, ambientais e epidemiológicas. O empoderamento dos indivíduos se dá através de conhecimentos e práticas fundamentais para a melhoria da qualidade de vida do usuário, pelo reconhecimento individual e coletivo como agente transformador e proporcionador de sua própria saúde, rompendo com as práticas educativas tradicionais e incentivando a participação no sistema de saúde ao qual se está inserido, em adequação as diretrizes do SUS, que dizem respeito a autonomia e participação social.

Conclusão ou Hipóteses: A educação dialógica em saúde abre chances para a interferência do graduando no pensamento da comunidade, permitindo a desmistificação da doença como metáfora e possibilitando mudança social gradual no entendimento do processo saúde-doença. Em contrapartida, o debate e a reprodução do conhecimento são os responsáveis pelo estabelecimento da autonomia dos estudantes como integrantes da comunidade.

 




Palavras-chave


Empoderamento Social; Educação em Saúde

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