Reflexões de um médico do PROVAB em município do interior do Ceará

Roberto Ribeiro Maranhão, Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro

Resumo


Introdução: Em 2012, surge uma nova proposta no cenário da Atenção Básica: o PROVAB. Na expectativa de melhor apoio e incentivo ao trabalho no campo da Atenção Primária à Saúde a Saúde, eu, como médico recém-graduado e já engajado na área, decido aderir ao programa. Faço aqui um relato de experiência pessoal tentando agregar valores de Gestão, Políticas e Educação em Saúde e Educação Continuada.

Objetivos: Este trabalho tem por objetivo exemplificar uma experiência de campo, vivida no município de General Sampaio/CE, e viabilizar uma base teórica e prática para relatos de caso e novos trabalhos a partir desta experiência. Além disso, traz, em sua conclusão, expectativas sobre a continuidade do PROVAB.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Minha atuação se deu, em sua maior parte, em território de zona rural e se estendeu desde Janeiro de 2012 até Fevereiro de 2013. A equipe de saúde permaneceu praticamente sem alterações, contudo, cirurgião dentista e outros profissionais não chegaram a permanecer longos períodos por questões financeiras e políticas. Em meados de Abril de 2013, os médicos inscritos passaram a participar de encontros mensais com temáticas de relevância para a APS. Iniciou-se o agendamento de visitas aos municípios, nas quais se previa o reconhecimento do território, identificação de problemas, aprimoramento de ações em Saúde, discussão de condutas no atendimento e início do processo de avaliação.

Resultados: Acredito que o acompanhamento e supervisão ofertados pelo PROVAB contribuíram para minha atuação em campo. Houve contato com outras realidades de municípios próximos, troca de experiências entre os participantes, vislumbramento da situação de saúde e o que a influencia e determina em diversos cenários. Agregou-se conhecimento na medida em que eram discutidos temas do dia-a-dia relevantes como Hanseníase, Tuberculose, lesões dermatológicas e outros. Todavia, muito se perdeu devido à falta de articulação com a gestão dos municípios e a péssima política de angariação de votos através de manobras políticas que trazem impactos negativos diretos a organização dos sistemas de saúde municipais.

Conclusão ou Hipóteses: Como toda primeira experiência, não se pode exigir que o PROVAB fosse isento de falhas. Contudo, é inequívoca a ideia de se incentivar o trabalho na APS, sendo este Programa uma importante ferramenta tanto como suporte ao médico quanto à Gestão, mas é exatamente nesta que se precisa agora dar um enfoque maior, haja vista que via de regra é ineficiente, incapaz e inábil.


Palavras-chave


Atenção Primária à Saúde; Valorização do Trabalho; Educação Permanente

Texto completo:

Sem título

Apontamentos

  • Não há apontamentos.