O "olhar" da atenção primária sobre a criança traqueostomizada

Maria Janine Lino e Macêdo, Isabela Furtado de Mendonça Picinin, Paulo Fernando Souto Bittencourt, Leda Maria Mendes Souza, Daisy Ribeiro de Figueiredo

Resumo


Introdução: Criação do SAIT (Serviço de Assistência Integral à criança traqueostomizada) a partir de um caso de uma criança de 11 anos, com sequela neurológica gravíssima. O SAIT foi criado em parceria com um hospital do Estado..A troca de traqueostomia era o grande problema, já que não havia serviço especializado para tal; tendo que ir na cadeira de rodas para o hospital para realização do procedimento.

Objetivos: Melhorar a assistência a esta criança, construindo plano terapêutico, envolvendo Família, e todas as outras políticas públicas envolvidas, ampliando o olhar para as outras crianças traqueostomizadas, perdidas sem assistência.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Em um contexto, de extrema violência urbana, com políticas públicas incipientes, com 3 ESF,todas de muito elevado risco foi que cheguei nesta unidade.Esta mãe ,foi das primeiras pessoas que conheci aqui pois, sempre causava "problemas". Mãe de 3 filhos, queixava-se de tudo; na verdade queria encontrar um culpado para a situação de sua filha.Recebemos uma pediatra, também pneumologista e já, na nossa primeira conversa falei sobre este caso pedindo sua intervenção. Ao voltar da visita estava apavorada com o estado da cânula. A partir daí, começamos a pensar em um fluxo que contemplasse a assistência , troca e orientação das famílias com relação à criança traqueostomizada.

Resultados: Encaminhamos o projeto à Gerência de Assistência, para ser ampliado e discutido com todos os serviços envolvidos. Foram muitas reuniões e, há 11 meses foi criado o SAIT. Serviço multiprofissional, com acompanhamento ambulatorial periódico, troca de cânulas trimestralmente, orientação às famílias e entrega do Tubo Oro-traqueal para ser usada em situação de decanulação acidental, abordagem das complicações, broncospias, avaliação de possibilidade de decanulação, nos casos onde isto seja possível e contato direto com a ESF e NASF envolvidos.

Conclusão ou Hipóteses: A partir de uma visão ampliada de 01 caso na atenção primária foi criado um serviço pioneiro, 120 crianças assistidas, 11% decanuladas. Será um longo caminho, já demos "voz" e dignidade a estas famílias. Precisamos avançar, buscando crianças "perdidas", realizar atenção domiciliar e treinamento. "O segredo é não correr atrás das borboletas, e sim cuidar do jardim para que elas venham até você".

 


Palavras-chave


Assistência; Olhar.

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