Análise dos fatores de risco dermatológicos em pescadoras artesanal de Cachoeirinha, Pará

Lorena Botelho Vergara, Luiza Renata dos Santos Barata, Hilton Lobato Ferreira, Elaine Santos Silva, Sílvia Helena Arias Bahia

Resumo


Introdução: O Pará é responsável por expressiva contribuição para a produção nacional de pescado, sendo 87,5% de toda a produção fruto da pesca artesanal. Em muitas situações o trabalho da pescadora não é percebido, pois é descontínuas e nem sempre se traduz em renda, assim a pesquisa sobre essa classe se justifica pelo fato de tal grupo constituir força fundamental de extração de matéria básica.

Objetivos: Identificar e a avaliar os fatores de risco dermatológicos aos quais as pescadoras e catadoras de mariscos e caranguejo cadastradas na comunidade de Cachoeirinha, no município de São Caetano de Odivelas, Pará, estão sujeitas em seu ambiente de trabalho.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Foi realizado estudo observacional, transversal e descritivo, por meio de entrevistas com pescadoras e catadoras de mariscos e caranguejos (n=47), associadas à colônia de pesca Cachoeirinha, comunidade de pesca Z – 4, de São Caetano de Odivelas, Pará, no período de dezembro de 2009 a janeiro de 2010, com uso de questionários previamente formulado, com respostas em múltipla escolha. Os dados obtidos foram organizados, catalogados e tabulados com auxílio do software SPSS 11, Microsoft Office Excel 2007 e Microsoft Office Word 2007.

Resultados: A maioria considerou como principal fatores de risco a exposição solar (87%), seguido de exposição a água salgada (65%) e falta de água potável (43%), entretanto 11% consideraram que não estão sujeitas a nenhum tipo de fator nocivo. Apesar de 95% das entrevistadas relatar o uso de blusa de manga comprida, apenas 51% usa boné/chapéu, 29,7% protetor solar e 8,5% óculos escuro. Há o fator cultural que inibe a tomada de medidas de proteção. Foi relatado eritema em face (32%) e lesões em mácula e pápulas em membros superiores (22,5%) e face (15%). Há correlação entre incidência de lesões solares com à latitude geográfica, sendo maior nas regiões mais ensolaradas, o que é agravante na região.

Conclusão ou Hipóteses: As condições de trabalho da pesca artesanal no Pará são precárias, priorizando mais a sobrevivência econômica do que a segurança e saúde, provavelmente devido o baixo nível de escolaridade e a dificuldade de acesso à saúde. Além disso, há dificuldade em discernir fatores nocivos e em realizar prevenção de seus agravos, sendo necessário campanhas de conscientização.

 



Palavras-chave


Saúde do Trabalhador; Pesca Artesanal; Risco Ocupacional.

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